segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Ano Novo, Mundo Velho


Último dia do ano, revisitei Arnaldo Baptista, ex-Mutante. Acho que poucas vezes a música nacional foi tão experimental. E a televisão brasileira abria espaços para tal experimentalismo. Acabei acessando, no youtube, o festival em que eles cantaram, com Gilberto Gil, Domingo no Parque (há, ainda, uma engraçada entrevista com Gil e Arnaldo, durante este festival). Fiquei mais uma vez impressionado com a qualidade de forma e conteúdo desta música. Poesia musical pura, com muita inteligência. Uma espécie de drama cotidiano, quando os festivais cantavam protesto ou transição de certo romantismo para algo não muito claro. A letra avança com a música, cria a situação de tensão, trança a cor do sorvete e da rosa com a morte de João, assassinado pelo ciúmes de José. Onde foi parar tanta experimentação e inteligência da música nacional?

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