sábado, 5 de janeiro de 2008

CPMF: o contra-ataque de Lula


O governo Lula começou o contra-ataque que objetiva, antes de mais nada, a desmoralização do PSDB e DEM. Por meio de decreto, dobrou a alíquota do IOF incidente sobre operações para a pessoa física, que passou de 1,5% ao ano para 3% ao ano --ou de 0,0041% ao dia para 0,0082% ao dia. Além disso, haverá uma cobrança de 0,38% sobre o valor da operação. O IOF incide sobre quatro tipos de operações: crédito, câmbio, seguro e títulos e valores mobiliários. As três primeiras modalidades passaram por alterações. O crédito habitacional residencial para a pessoa física continua sem a incidência do IOF, assim como os repasses de fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e os tratados internacionais. Com essa mudança, o governo irá arrecadar R$ 8 bilhões a mais neste ano. Já a alteração na cobrança da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para o setor financeiro, que passará de 9% para 15%, irá render aos cofres públicos cerca de R$ 2 bilhões. A FEBRABAN reagiu e disse que não terá como não repassar este custo para usuários de crédito bancário, como o caso do cheque especial. Dos 40 bilhões, o governo recupera 10 bilhões com tais medidas. O primeiro semestre deve estar recheado de ações ofensivas do governo, não apenas como os economists de plantão imaginam, ou seja, não apenas em aumento da carga tributária e cortes de gastos. A ofensiva será, antes de mais nada, discursiva, jogando a fatura para o PSDB e DEM. Aposto que entre março e maio o governo negociará uma mini reforma tributária. Lembremos que os gastos (principalmente sociais) são realizados no segundo semestre do ano. E que estamos em ano eleitoral. Portanto, o primeiro semestre será dedicado à ofensiva política do governo, procurando isolar a oposiçào.

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