sábado, 25 de outubro de 2008

Chapa fervendo em BH


Retornei a Belo Horizonte e tentei entender a radical (mais uma vez) mudança na intenção de voto nesta capital.
Para recordar: Márcio Lacerda (candidato PT-PSDB) disputa com o Leonardo Quintão (PMDB). Pelo DATAFOLHA, pesquisa realizada em 17/10 dava 47% a 37% a favor de Quintão. O IBOPE, em pesquisa realizada em 14/10 dava uma diferença ainda maior: 51% a 33% a favor de Quintão. Uma semana depois, os dois institutos finalizaram sua pesquisa no dia 22. No DATAFOLHA, Lacerda aparecia à frente de Quintão: 45% contra 40%. No IBOPE a vantagem de Lacerda era de 45% a 44%. Como sempre, os dois institutos não apresentam os mesmos resultados, mas a tendência é a mesma. O índice de indecisos, brancos e nulos permanecia declinou, neste período, muito pouco (de 16% para 15%, no DATAFOLHA; de 13% para 11%, no IBOPE).
Que o eleitorado de BH vem se revelando, nesta eleição (na passada, Fernando Pimentel ganhou no primeiro turno), volúvel, é mais que uma constatação. Mas não entendia os motivos para tal reviravolta à favor de Lacerda. A primeira informação que obtenho é que militantes do PT de várias cidades do interior aportaram em peso em BH, principalmente os oriundos de Ipatinga, onde derrotaram o pai de Quintão. A campanha de rua reforçou o discurso negativo que Quintão fez em Ipatinga, em junho, quando ocorria evento de apoio à reeleição de seu pai, em que sugeria aos seus correligionários: “vamos dar um pé na bunda da oposição”. Folhetos bem produzidos estão espalhados pelas ruas de BH em que sugerem não deixarem (os eleitores) ninguém dar pé na sua bunda. Uma campanha politizada, não? Obviamente que a mensagem subliminar é que Quintão seria um lobo escondido em pele de cordeiro. O comando da campanha de Lacerda (Virgílio Guimarães, pelo PT de Pimentel, e Rodrigo de Castro, pelo PSDB de Aécio Neves) está trabalhando com os índices do IBOPE, por prudência ou realismo. O fato é que amanhã a chapa vai ferver em BH.

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