segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A solução de Keynes para a crise mundial


Passagens do artigo de George Monbiot, colunista do jornal britânico The Guardian, ("Economista dizia que nações devedoras têm pouco a fazer para resolver crises"), retomando a tese de Keynes (na foto):

"Na conferência de Bretton Woods, em 1944, o economista inglês John Maynard Keynes propôs um sistema engenhoso para convencer as nações credoras a gastarem seu dinheiro excedente nas economias das nações devedoras. Mas sua idéia foi rejeitada, e foi assim que nasceu o Fundo Monetário Internacional (FMI). (...) Depois que ela foi descartada, Geoffrey Crowther - então diretor da revista Economist - alertou que "lorde Keynes estava certo ... o mundo lamentará amargamente o fato de seus argumentos terem sido rejeitados". (...) Somente os países que mantêm um superávit comercial têm uma representação real, portanto são eles que devem ser obrigados a modificar suas políticas. A solução apresentada por Keynes foi um sistema engenhoso para persuadir as nações credoras a gastarem seus recursos excedentes nas economias das nações devedoras. Ele propôs um banco global, a União Internacional de Compensações. O banco emitiria a própria moeda - o bancor - que poderia ser trocada pelas moedas nacionais a taxas de câmbio fixas. O bancor se tornaria a unidade monetária corrente entre as nações, o que significa que seria usada para medir o déficit ou o superávit comercial do país. Todo país teria uma linha de crédito em sua conta em bancors na União Internacional de Compensações, equivalente à metade do valor médio de seu comércio em um período de cinco anos. (...) Keynes propôs que todo país que registrasse um grande déficit comercial (equivalente a mais da metade de sua capacidade de crédito em bancors) teria de pagar juros sobre sua conta. Também seria obrigado a reduzir o valor de sua moeda e impedir a exportação de capital. Mas - e esta era a chave do seu sistema - ele insistiu em que as nações com superávit comercial fossem sujeitas a pressões semelhantes. Todo país com um saldo de crédito em bancors superior a 50% de sua capacidade de crédito teria de pagar juros à taxa de 10%. Também seria obrigado a valorizar sua moeda e a permitir a exportação de capital. Se, até o fim do ano, seu saldo de crédito superasse o valor total do seu crédito permitido, o superávit seria confiscado. As nações com um superávit teriam um poderoso incentivo para se livrarem dele. Com isso, elas compensariam automaticamente os déficits de outras nações."

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