domingo, 11 de janeiro de 2009

Ainda sobre o livro Ciudadanía Mundial


Fiz um comentário (duas notas abaixo) sobre a provisoriedade das teses sociológicas contemporâneas, mas não comentei o livro que citei: Ciudadanía Mundial. A análise sobre os novos sujeitos coletivos transnacionais é elaborada e consistente. Vou citar em algumas notas algumas dessas interpretações do autor, mas adianto uma delas, sobre a natureza pró-ativa e pouco reflexiva desses movimentos. Sáiz sugere que esses novos sujeitos "prefieren impulsar las actitudes que definen el ejercicio de la ciudadania (participación, fomrulación de propuestas, exigencia ante el estado, corresponsabilidad) más que los conceptos (ciudadanía mundia, democracia universal) o su institucionalización (creación de instancias públicas que respalden y generen condiciones para hacer los derechos ciudadanos)."
Faria uma ressalva a respeito desta conclusão. Se os movimentos sociais transnacionais possuem esta característica, não percebo o mesmo nos movimentos sociais que buscam controle de políticas públicas territoriais (o que considero a maior inovação social deste início de século), como é o caso dos comitês de bacia, associações de microbacias, conselhos de desenvolvimento rural sustentável, instâncias descentralizadas de gestão territorial (como ocorre, no Brasil, no Maranhão, recentemente em São Paulo, em Santa Catarina, para citar alguns exemplos concretos) entre outros. De fato, há um déficit de elaboração conceitual ou teórica, mas por sua natureza, elaboram muitas formulações técnicas que objetivam a criação de instâncias públicas ou uma nova institucionalidade pública territorial, ou ainda uma agregação ou reformulação (no caso, uma mescla de estruturas tradicionais de gestão pública com estruturas inovadoras e inusitadas) de mecanismos e instâncias de gestão.

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