quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O paradoxo da crise


A crise mundial parace paradoxal para vários países. Este é o mote dos últimos artigos de Clóvis Rossi (da Folha de SPaulo), para citar um exemplo. Há clara concentração do impacto em alguns segmentos da indústria nacional, mas não em toda economia. O IBGE acaba de registrar recuo de 1,8% dos empregos industriais em dezembro (já descontando influências sazonais). Foi o maior recuo desde 2001. É o terceiro mês consecutivo de queda do nível do emprego (acúmulo de 2,5%). Houve redução da produção industrial em 12,4%. Alguns economistas sugerem que houve ajuste intenso de estoques em dezembro, principalmente nos setores que lideravam a geração de postos de trabalho. O exemplo que oferece é o da indústria automobilística, que até setembro do ano passado registrou crescimento de 10,1%. Em dezembro a taxa caiu para 1,1%. Os setores que registraram maiores quedas foram: madeira (-11,9%), calçados (-8,7%) e vestuário (-8,4%). O Estado que sofreu maior impacto negativo foi São Paulo. Muitos economistas avaliam que a retração de janeiro foi menos intensa que a de dezembro. Avaliam que a massa de salários deve cair mais que a taxa de emprego, em 2009.
Fica a dúvida sobre se a decisão dos empresários deste setor está afinada com a realidade do mercado ou se exageraram, por excesso de prudência. O fato é que terá reflexos concretos nas negociações de reajustes reais de salário para este ano.

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