terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Os sete pilares, de Lawrence da Arábia


Aproveito as férias compulsórias para colocar as biografias que comprei recentemente em dia. Começo a ler “Os Sete Pilares da Sabedoria” (o livro sobre Leila Diniz é de leitura fácil e rápida, quase um diário), de Thomas Edward Lawrence (na foto), que ficaria conhecido por “Lawrence da Arábia”. Como se sabe, narra o movimento nacionalista árabe contra a dominação turca, como parte do esforço britânico na 1ª Guerra Mundial para derrotar a Alemanha (o Império Otomano havia se aliado à Alemanha). Em 1917, Lawrence seria destacado para a força expedicionário do Hejaz. Logo criou uma forte identidade com os árabas e se aproxima do líder Feisal, chegando a ser conselheiro logístico do movimento, comandando um exército de 10 mil homens. Utilizou vários expedientes de guerrilha, explodindo estradas e reservas de materiais, até tomar Damasco, em 1918. O livro e o autor são, eles próprios, aventura e mistério. Já no prefácio, escrito por Fernando Monteiro, somos informados que o desfecho político da revolta árabe torturava Lawrence a tal ponto que seus amigos conceberam a escrita deste livro como saída material e psicológica, que evitaria uma tragédia. Daí surgir uma bolsa no All Souls College, em Oxford, para registrar as operações militares que participara. Sabe-se, inclusive, que se açoitava. Em 1919 percebeu que as promessas de reconhecimento da soberania árabe seriam desconsideradas, já como conselheiro árabe na Conferência de Paz (o amplo território foi dividido entre a França e a Inglaterra). E é neste período que escreve os Sete Pilares. A produção do livro revela a tortura pessoal de Lawrence: escrito originalmente em 1919, Lawrence perde os manuscritos na Estação ferroviária de Reading; uma segunda versão é finalizada no ano seguinte, mas, insatisfeito com o resultado, o autor a destrói. Finalmente em 1926, Lawrence escreve uma terceira versão, revisada por George Bernard Shaw e distribuído em uma edição artesanal restrita a amigos e escritores. Foi publicado pela primeira vez no final dos anos 30. Ler este livro também é jogo duro: quase 800 páginas.

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