domingo, 23 de agosto de 2009

Sobre o livro Inventores do New Deal


Estou devendo comentário sobre o livro de Flávio Limoncic, que citei anteriormente aqui. O livro é muito didático e é uma excelente fonte de consulta. O impacto da crise, em 1933, era imensa: o índice de desemprego nos EUA era de 25% e a renda per capita havia caído de 700 dólares (em 29) para 373 dólares.
Como na atual crise, Roosevelt, quando eleito, criticou o excesso de oferta de crédito para venda de automóveis para famílias sem renda. Mas o New Deal propôs um rol de políticas de promoção social e fomento ao desenvolvimento, também muito parecidas com as adotadas neste ano: Emergency Banking Act (fundos públicos para bancos privados em crise), Federal Deposit Insurance Corporation, Securities Act (regulando o mercado de ações), o Civil Works Administration (programs de obras públicas), o Agricultural Adjustment Act e o National Indstrial Recovery Act (para citar os mais conhecidos). A rede de assistência social (auxílio imediato, nos moldes do Bolsa Família) foi baseada no Federal Emergency Relief Act e o importante Civilian Conservation Corps (CCC). O CCC tentou diminuir a erosão do solo e gerar ocupação para jovens desempregados. Este programa foi responsável pelo plantio de 2 bilhões de árvores (200 milhões em solos recuperados), alfabetizou 35 mil jovens e profissionalizou outros 3 milhões.
Em 1935, uma pesquisa nacional organizada pela Fortune revelava que 90% dos americanos achavam que o governo federal deveria garantir trabalho aos necessitados.
Não existiria algum paralelo com o governo Lula?

Aos historiadores sociais: da página 46 em diante, o autor faz um importante balanço das linhas de análise sobre o sindicalismo norte-americano do início do século XX nos EUA. Fica cristalino como as opções político-religiosas dos autores definiram focos e interpretações absolutamente distintos, como a distinção entre John Commons (focando sua análise nos trabalhadores brancos e na central sindical conservadora, AFL. Commons era presbiteriano) e Herbert Gutman (judeu, filho de partisan bolchevique, que estudou trabalhadores imigrantes). Indica vários estudos sobre o Industrial Workers of the World (IWW) e Partido Socialista Americano.

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