segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Morre Carlos Estevam Martins

O cientista social Carlos Estevam Martins faleceu duas semanas atrás. Foi diretor de projetos da FUNDAP e Secretário de Estado da Educação. Trabalhou no ISEB e foi um dos fundadores e o primeiro diretor do CPC da UNE, criado em 1962. Participou da formação do CEBRAP em 1969.
Lembro de um ensaio interessante que publicou em 1994, O circuito do poder, em que procurava criticar alguns fundamentos da gestão participativa. Um texto interessante, polêmico (sempre achei a polêmica muito generosa), que dialoga com o mundo concreto da política (mais que com o mundo da teoria).
Tentei encontrar uma foto dele na internet e surpreendentemente não consegui achar nada.

Um comentário:

Alexandre Figueiredo disse...

Rudá,

Eu ia escrever um texto sobre as ideias de Carlos Estevam Martins, e deparei com essa notícia, ocorrida há mais de um mês, sobre o falecimento de um dos mentores remanescentes do CPC (não podemos nos esquecer que o falecimento de Vianninha já completou 35 anos).

É lamentável que o Wikipedia até agora não registrou o falecimento de Carlos Estevam, e, quando eu tentei atualizar o texto, simplesmente não pude fazê-lo, porque minha ação foi bloqueada.

É lamentável o esquecimento desse importante cientista social, a ponto de não haver fotos do cientista social e fundador do CPC, assim como até hoje o legado cepecista, como experiência original, também foi esquecido pela memória pública.

Felizmente, no entanto, o espírito cepecista renasce em várias ONG's que atuam em populações carentes, e das quais observo fazerem um excelente trabalho de cultura e conscientização popular, muitas vezes até sem os defeitos da experiência cepecista original, mas é como se fossem os próprios CPC's hoje em dia, se o projeto não tivesse sido banido pela ditadura militar. Isso porque Carlos Estevam, Vianninha e outros reveriam suas próprias experiências e teriam tempo para ações autocríticas que pudessem aperfeiçoar os CPC's. Com a ditadura, o trabalho foi sufocado, não houve tempo de corrigir sequer os erros nem de aperfeiçoar os acertos.

ALEXANDRE FIGUEIREDO
JORNALISTA - BLOG O KYLOCYCLO
http://okylocyclo.blogspot.com