domingo, 6 de dezembro de 2009

Ainda sobre a infantilização do discurso dos dirigentes

Gostaria que um dia pudéssemos discutir com a base militante do país por qual motivo em meados dos anos 80 os dirigentes petistas abriram debate com os diretórios municipais e núcleos para expulsão do PRC e Convergência Socialista, mas não abriram o debate para explicar a aliança da Articulação com parte da LIBELU, que levaria Glauco Arbix, Clara Ant e Antonio Palocci diretamente à cúpula do partido.

Gostaria de ver os militantes de base discutindo os motivos que levaram, em meados dos anos 90, a direção da CUT abandonar a organização no local de trabalho, as estruturas departamentais (que rivalizavam com a estrutura sindical oficial, fundada em federações e confederações) e a caminhar para acordos em câmaras setoriais.

Gostaria de ver os militantes de base, sinceros, ter a oportunidade de discutir os motivos que levaram a cúpula partidária a se afastar do método participativo de construção dos programas de campanha de Lula para o método centralizador e elitista que surgiu a partir dos anos 90.

Gostaria que militantes de base pudessem discutir abertamente os motivos que levaram o governo Lula a abandonar as audiências públicas sobre o PPA e a desmontar o "talher" e comitês gestores do Fome Zero?

Esta é a motivação que me leva a criticar Frei Betto. Porque faz parte do mesmo curso de elitização da política e infantilização do discurso de certa esquerda brasileira. E porque não sou muito afeito à idolatria.

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