sexta-feira, 30 de abril de 2010

IDEB OCULTA DESIGUALDADES NAS REDES DE ENSINO

Avaliação oculta desigualdade nas redes municipais de ensino
A rede municipal de ensino de Belo Horizonte tem uma avaliação acima da média nacional. O número, porém, oculta a discrepância que há entre as escolas Emídio Berutto e Maria das Neves, ambas na região leste da periferia da cidade

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A rede municipal de ensino de Belo Horizonte tem uma avaliação acima da média nacional. O número, porém, oculta a discrepância que há entre as escolas Emídio Berutto e Maria das Neves, ambas na região leste da periferia da cidade.
A primeira está próxima do padrão de países desenvolvidos. A segunda não chega nem à média brasileira. Discrepâncias como essa ocorrem em todo país, aponta pesquisa inédita do movimento Todos Pela Educação, que reúne empresários, educadores e gestores.
A constatação é que, ainda que a rede como um todo tenha média razoável, muitos alunos estudam em escolas com baixo desempenho. Em Belo Horizonte, a diferença entre as notas da melhor e da pior escola é de 49%; em Vitória, de 51% -as maiores desigualdades do país. Como exemplo da diferença, na capital capixaba o pior colégio teve nota 3,5, e o melhor, 5,3. A meta nacional é 6 (situação semelhante a países desenvolvidos). A média hoje é 4,2.
O estudo analisou a situação das capitais (1ª a 4ª séries) que estão acima do desempenho nacional segundo o Ideb, índice federal que considera desempenho dos alunos em português e matemática, além das taxas de reprovação e abandono.
A menor discrepância aparece em Boa Vista, com 17%. Em São Paulo, é de 39%.


Finlândia
Nos países com bons indicadores educacionais, como a Finlândia, quase não há diferença entre escolas, aponta o estudo. "A garantia a uma educação de qualidade deve ser para todos, independentemente de qualquer aspecto", afirma o texto do Todos Pela Educação.
"Muitos secretários, ao verem uma média razoável, se acomodam e não analisam a situação individual das escolas. É preciso reduzir o apartheid que existe dentro das próprias redes", diz o presidente-executivo do movimento, Mozart Neves.

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