sábado, 17 de julho de 2010

História do Pranto


Leio este livro de Alan Pauls, argentino três anos mais velho que eu e que escreveu no Página 12, jornal que já foi mais independente e de esquerda.
História do Pranto não é um livro de fácil leitura, embora pequeno (e já me preparo para ler O Passado, do mesmo autor). Passagens pouco ufanistas e até depressivas, uma narrativa para si. Vou reproduzir alguns excertos:
A dor é sua educação e sua fé. A dor o torna crente. Acredita apenas, ou sobretudo, naquilo que sofre.

A felicidade é inverossímel por excelência. (...) Mas tudo o que venha a fazer com O Feliz, e depois, também, com O Bom em geral, traz a sombra da desconfiança.

(...) comprovar a suspeita de que toda felicidade se erige ao redor de um núcleo de dor intolerável, de um achaga que a felicidade talvez esqueça, eclipse ou embeleze até torná-la irreconhecível

(...) impedir a todo custo que alguém, em algum lugar, caia na armadilha, para ele a pior que se possa imaginar, de acreditar que a felciidade é o que se opõe à dor, o que se dá ao luxo de ignorá-la, o que pode viver sem ela.

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