terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ordos, o futuro da China


Li no Estadão de hoje que a China construiu uma cidade, localizada no norte do país, detentora de enormes reservas de carvão e gás natural. Contudo, esta cidade possui uma segunda versão, ao sul da original. Pesquisei na internet. O The New York Times informa que esta segunda versão é futurista e encontra-se praticamente deserta. Não entendi se o futurismo inclui o baixo índice populacional. De qualquer maneira, as construtoras esperavam fazer com que Ordos se tornasse uma versão chinesa de Dubai. Chegaram a investir mais de um bilhão de dólares no projeto, mas prédios de escritórios estão vazios. Os pedestres são raros. E o mato está começando a brotar em condomínios fechados com casas de luxo destituídas de moradores. Alguns analistas exemplificam este projeto para ilustrar o que denominam de bolha imobiliária especulativa. SA cidade foi projetada para que tivesse, hoje, 300 mil habitantes. E o governo afirma que 28 mil pessoas moram na nova área. Mas, durante uma visita recente, um repórter que circulou de carro pela região durante horas, acompanhado de dois corretores de imóveis, só pôde ver pouquíssimos moradores nos conjuntos habitacionais. Estima-se que haja até doze cidades chinesas como Ordos, com subúrbios fantasmas anexos. Na cidade de Kunming, no sul do país, por exemplo, uma área de 104 quilômetros quadrados chamada Chenggong está gerando preocupações devido às suas estradas desertas, condomínios e prédios governamentais vazios. E, em Tianjin, no nordeste da China, o governo municipal investiu pesadamente num luxuoso distrito dotado de campos de golfe, fontes de água quente e milhares de casas que ainda se encontram vazias cinco anos após terem sido construídas.
Fico imaginando o padrão deste novo império mundial. E se será seguido na segunda metade deste século.

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