sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PIB de MG cresce... mas não aparece


No terceiro trimestre de 2010, o crescimento do PIB de Minas Gerais foi maior que a média nacional. MG ficou 11,8% maior que o crescimento no mesmo período de 2009 (o nacional subiu 6,7%). Até aí, boa notícia.
Acontece que a dependência com o mercado externo e a pauta de baixo valor agregado continuam como Calcanhar de Aquiles. O carro-chefe é o setor extrativo mineral (alta de 25%). Aumentaram as exportações de carne. A FIEMG, que divulga seu balanço anual ainda hoje, afirmou que a economia mineira já apresenta repique e que alguns setores da economia já apresentam queda. Diretores da FIEMG criticam a taxa SELIC, a carga tributária e outros itens da política federal, mas não criticaram a falta de liderança e articulação do governo estadual. Afirmar que política de desenvolvimento é pauta exclusiva da União é desconsiderar os esforços de grande parte dos governos estaduais do nordeste, por exemplo. Os exemplos são fartos. O mais emblemático, embora utilizando a reprovável guerra fiscal, foi a briga pela instalação de uma planta industrial da Ford envolvendo Rio Grande do Sul e Bahia. Liderança. É o que falta na área econômica do governo mineiro. Foram oito anos de laissez-faire, uma timidez na orientação econômica que apequenou e limitou a ação governamental à gestão administrativa, o tal Choque de Gestão. Tanto que a crise imobiliária dos EUA estourou por estas bandas: MG foi o Estado brasileiro que teve a maior queda de arrecadação e que sentiu mais o golpe da dependência de exportações de pauta de baixo valor agregado. Esta é a explicação para tal crescimento do PIB acima da média nacional: recupera sobre uma base de cálculo muito baixa.
Algo como aquela propaganda da Topper sobre o rugby brasileiro: a Argentina teria estagnado em primeiro lugar no ranking latino-americano e o Brasil teria crescido de quinto para o quarto lugar! Coincidência? Não.

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