quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Brasileiro é conservador


A pesquisa Sensus foi detalhada na edição de hoje do jornal O Tempo, de MG. Como é possível perceber na arte que sintetiza alguns dados, o brasileiro é conservador em termos de comportamento, embora em relação à união gay exista uma resistência menor.
Venho destacando o amplo espaço aberto para exploração política do pensamento conservador no Brasil. Os partidos conservadores, fechados em si mesmos (não apenas os conservadores), não conseguem dialogar com a dinâmica social e os valores populares. Mas há um amplo caldo de cultura que pode ser atraído politicamente.
Também merece destaque a avaliação sobre o ministério de Dilma, muito pior avaliado pelo brasileiro que a performance da Presidente.

2 comentários:

Fernando Nogueira disse...

Caro Rudá: minha pergunta reflete um pouco minha condição de estudante de Sociologia. A pergunta é de natureza mais teórica: a caracterização do brasileiro na categoria "conservador" não empobrece, não reifica, uma sociedade civil em desenvolvimento, como a nossa? Como encontrar "brechas" que permitam visualizar setores progressistas? No próprio interior de cada indivíduo existe tendências contraditórias que podem ir de um pólo ao outro. Mas aí "o buraco é mais embaixo". Entendo ser uma provocação difícil de falsear, mas a questão é realmente se uma visão mais próxima da correção sobre a sociedade civil necessitaria de instrumentos analíticos mais refinados, qualitativos. Forte abraço, Fernando

Rudá Ricci disse...

Fernando,
Trata-se de uma fotografia de momento que está vinculada ao conceito de cultura política. Neste caso, não reifica porque não há coisificação, mas análise dos valores e visão de mundo da população brasileira a respeito dos direitos civis em pauta.
A dinâmica social altera, é verdade, tais valores. Mas temos fartas demonstrações recentes de que existe um pensamento conservador hegemônico (novamente, conceito fincado no plano cultural, de inspiração gramsciana). Não há como relativizarmos os dados em função de possibilidades de mudança. Neste caso, não seríamos sociólogos, mas historiadores.