sábado, 6 de agosto de 2011

Governo eletrônico de Machado (MG) começou com sucesso


17h30 da sexta-feira. Começa a conversa do prefeito de Machado, Roberto Camilo Órfão, com quatro telecentros regionais espalhados pelo município, sendo dois em zona rural. Na mesa de reuniões todo o secretariado está a postos para responder as perguntas dos cidadãos. Nos meses anteriores, técnicos formados exclusivamente para este fim visitaram diariamente a residência de cada morador de Machado. Utilizando um palm onde foi inserido um questionário, esses técnicos perguntaram aos moradores sua opinião sobre os problemas do bairro e do município. Todas as informações foram descarregadas num computador central que gerava instantaneamente gráficos (veja a foto com os técnicos em reunião e dois deles consultando os gráficos gerados). Durante várias semanas, prefeito e secretariado discutiram os relatórios acumulados semanalmente e tomaram decisões, atendendo as demandas. Em quatro meses o índice de aprovação do prefeito dobrou.
Mas ontem a Prefeitura deu um passo mais ousado. Durante 1h30, a reunião de sexta foi transmitida em vídeo-conferência para os 4 telecentros. O prefeito leu o que fez a partir das críticas coletadas e pedia para os moradores analisarem e avaliarem o que fez e o que deveria fazer. Em cada telecentro, mais de vinte cidadãos. Muitas mães com filhos, idosos, professores, lideranças. No início, alguns elogiaram ações. Aos poucos, surgiram reivindicações, o que demonstra a importância deste mecanismo. Começaram a se soltar. Um deles criticou a limpeza "mais ou menos" da sua rua. O prefeito passo a palavra para o secretário de obras que respondeu o que faria e anunciou: "decidimos abrir a contratação de mais varredores no seu bairro, depois que analisamos as demandas de vocês. A novidade é que queremos contratar gente do seu bairro. Então, já podem indicar se alguém aí estiver desempregado ou desejar trabalhar na Prefeitura. Pode me procurar".
E assim foi. Telecentro por telecentro. Uma grande animação. Vários moradores diziam que não imaginavam que isto fosse possível e que nunca haviam conversado com o prefeito. E ele estava ali, "na televisão, neste telão grande".
Todos telecentros, instalados nas UAIs (unidades administrativas intersetoriais) estavam conectados permitindo que todos moradores presentes ouvissem e vissem todos ao mesmo tempo.
Encerrada a "primeira reunião em rede com participação cidadã de Minas Gerais" o prefeito prometeu que daqui em diante, toda sexta-feira estará se reunindo assim, em rede, pela internet, ouvindo e conversando com a população sobre a cidade. Frisou: "é um avanço em relação ao orçamento participativo porque não se trata de plenária, mas de gestão semanal, com todos falando diretamente com o prefeito e secretariado. Tomamos decisões na hora. Se não temos condições, explicamos as dificuldades na hora. Sem medo de críticas. Com transparência. A população começa a entender, também, como funciona o orçamento público e os trâmites para empenhar uma obra ou serviço. Enfim, é discussão, comunicação, decisão e mútua formação".
Começava a gestão municipal do Século XXI.

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