sábado, 20 de agosto de 2011

Uma leitura da política pela arte pós-moderna


Fredric Jameson afirma que não existe pós-modernidade (porque não possui um discurso ético, social), mas apenas pós-modernismo (discurso estético, impressionista).
Daí certo interesse na leitura que Enrique Vila-Matas faz sobre a prática política. Como se perceberá, trata-se de um discurso pós-modernista, que declara o papel da literatura na formulação da visão de mundo:
O que é política, afinal de contas? Se pegarmos a definição no dicionário, se eu não estiver enganado, encontraremos lá: a política é uma arte, uma habilidade, uma ferramenta utilizada para a convivência entre os homens e, principalmente, uma ciência que dá conta dos fenômenos relativos ao Estado. Parece-me evidente que o jogo de forças que constitui um indivíduo, ou um conjunto social, é variável. Os termos envolvidos se alteram, assim como suas dominantes, e com isso quero dizer as prioridades de cada contexto histórico. E, por mais chocante que possa parecer, é preciso saber reconhecer que não estamos no comando da situação. Bem, isso já parece óbvio para muitos de nós há bastante tempo. Contudo, existem aqulees que rsistem a um controle que só pode ser utópico. Pois foi esta, de qualquer maneira, a pretensão moderna: um sujeito senhor e possuidor da natureza, ator de sua própria história e da história do mundo. Acredito que estamos assistindo à superação do egocentrismo que foi o elemento essencial da tradição ocidental em geral, e da modernidade em particular. É, sem dúvida, um contexto muito amplo, e certamente estou sendo simplista com essas afirmações tão breves, mas tenho certeza de que a literatura contribuiu muito para o fortalecimento dessa mutação.

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