sábado, 24 de dezembro de 2011

Tumulto na posse dos conselheiros de cultura de BH


Tumulto na posse dos conselheiros de cultura
JULIA GUIMARÃES
Siga em: www.twitter.com/OTEMPOonline

A cerimônia de posse do Conselho Municipal de Cultura, realizada na manhã desta quinta-feira, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, foi marcada por tumultos, desentendimentos e indignação entre participantes do evento.

Antes mesmo da cerimônia começar, o público que compareceu ao local – entre conselheiros eleitos, representantes do poder público e integrantes do movimento Fora Lacerda – foi impedido de entrar pela portaria principal da avenida Afonso Pena, ao contrário do que constava no convite da cerimônia. Com a interdição da portaria principal, a entrada ocorreu na entrada da rua Goiás, após 40 minutos de atraso, o que causou indignação entre pessoas que esperavam para entrar.
O clima tenso se acentuou quando representantes do poder público iniciaram seus discursos. O principal foco do conflito foi o pronunciamento da deputada estadual Luzia Ferreira (PPS), que começou a revidar vaias e debater com o público.
 Durante a fala da deputada, o conselheiro setorial da área de Cultura Popular, o artesão Alan Vinícius Jorge, iniciou um discurso contrário à política do prefeito Marcio Lacerda, que também compunha a mesa da audiência. Em resposta, o prefeito ameaçou retirá-lo do auditório caso não interrompesse seu protesto. Com a recusa de Alan, Lacerda ordenou que os seguranças presentes no local expulsassem o artesão do espaço, o que gerou grande confusão entre as pessoas que lá estavam.



 
Segundo o conselheiro suplente da regional Pampulha, o chargista Eduardo dos Reis (Duke), outro manifestante chegou a correr em direção ao prefeito na tentativa de agredi-lo, mas foi barrado por seguranças. Instantes depois, o conselheiro Alan Vinícius Jorge, que é também coordenador da Associação dos Expositores da Feira da Av. Afonso Pena (ASSEAP), foi chamado de volta ao auditório, após uma fala apaziguadora do vereador Arnaldo Godoy (PT).
 Durante seu pronunciamento, o prefeito Marcio Lacerda afirmou que quem discorda da sua política deveria entrar com um pedido de impeachment na Câmara ou se filiar a algum partido e derrotar o prefeito nas urnas durante as próximas eleições. 
 O episódio dividiu opiniões. “Acho que houve exagero das duas partes, pois não precisava haver uma ação tão truculenta pela prefeitura, mas o conselheiro também extrapolou ao agredir verbalmente o prefeito”, opina Arnaldo Godoy. Já Alan defende sua atitude. “É lamentável a maneira como o Lacerda lida com quem se opõe a ele. Eu estava ali para tomar posse e queria me posicionar”, diz.
 Na tarde de ontem, a PBH divulgou nota na qual lamenta o ocorrido e reforçou sua convicção “de que a democracia envolve direitos e deveres por parte de todos os cidadãos”. 

Nenhum comentário: