sábado, 4 de fevereiro de 2012

A baita confusão baiana

A situação é de caos geral.
Greve da PM baiana e acusação de todo lado. O governador petista acusa os líderes da greve de vandalismo, criando clima de terror no Estado. O Ministério da Justiça realiza reunião de emergência com o governador e a imprensa informou que se discutiu a possibilidade de encarceramento dos líderes em prisão de segurança máxima. De concreto, 2.350 militares do Exército, Marinha e Aeronáutica ocuparam as ruas de Salvador e partiram para algumas regiões da Bahia para conter a onda de saques e assassinatos. Mais 600 homens devem chegar neste final de semana. Os líderes da greve informaram que na greve ocorrida 11 anos atrás, o governador (então deputado federal) articulou um fundo de apoio à greve com recursos de sindicatos cutistas (Jacques Wagner foi dirigente do Sindiquímica).
Mas não é só o governador que vive momentos difíceis. O prefeito João Henrique Carneiro (PP) sancionou três projetos de lei que extinguem reservas de Mata Atlântica e liberam o gabarito na orla. O ato despertou revoltas e fez pipocar, nas redes sociais, adesões ao movimento "Desocupa a prefeitura, João", um Occupy Wall Street às avessas, entre o raivoso e o bem humorado. Desde a publicação das leis a campanha recebeu a confirmação da presença de mais de 2,5 mil pessoas e ganhou versões em baianês rasgado, como o "Se saia, João". Um abaixo-assinado digital ultrapassou a marca de 8 mil apoios a um pedido de impeachment. Dois antes da greve da PM ser decretada, João viajou para o Rio de Janeiro. Neste dia, uma mega manifestação contra ele estava planejada. 
Com a greve à todo vapor, João voltou para Salvador. Durante a reunião do Ministério da Justiça com o governador baiano, ligou e disse que queria participar deste encontro. Resposta do governador: "não precisa... se precisar, eu chamo". 
Clima bom, não?


Um comentário:

sol do carajás disse...

Remuneração é o foco principal, sem isso não se recruta profissionais com aptidão para os encargos inerentes ao "ser" agente da lei, na ponta e em contato direto com a população.

Sem esta abordagem, que deverá vir concomitante a outras mudanças no caótico sistema de segurança pública do país, inclusive a desmilitarização, nada, nada mesmo será ao menos paliativo!

Essa bomba explodirá em mais estados, inclusive no DF, que embora a remuneração seja maior que no resto da federação, o custo de vida é extorsivo!