quinta-feira, 5 de julho de 2012

A parca imparcialidade na análise da política mineira

Já é reconhecido aqui e no país que a imprensa mineira não consegue ser muito imparcial no que tange à política. Eu mesmo sou testemunha ocular desta situação. Mas existe certo exagero na praça. Afirmar que foi Aécio Neves que rompeu a aliança PT-PSB é um pouco demais. E ainda citam fonte psicografada como base de tal "notícia".
Vamos aos fatos:
1) Marcio Lacerda sempre citou Aécio Neves como fonte. Logo após se eleger afirmou que adotaria um modelo de gestão empresarial na Prefeitura. O modelo BH Metas e Resultados adota princípios e metodologia claramente identificadas com o choque de gestão. Não há um elemento nesta metodologia que envolva o cidadão no controle das políticas públicas. Enfim, trata-se de uma afinidade ideológica e gerencial, técnica e centralizadora;
2) Há um ano, Lacerda sinaliza que apoiaria o PSDB, aumentando espaço a este partido em sua gestão. Depois, sob pressão nacional, oscilava afagando petistas. Foi praticamente um ano neste pêndulo. A situação ficou mais grave quando o movimento de cultura de BH passou a hostilizar o prefeito e as críticas passaram a ser mais ácidas;
3) O grande problema da aliança PT-PSB em BH foi a montagem da chapa de candidatos a vereador. As contas não fechavam e a coligação seria desastrosa para o PSB. Quando a fome se junta à vontade de comer...

Aécio Neves foi oportunista, no sentido positivo da palavra, ou seja, aproveitou o ensejo. Talvez tenha faltado senso de medida. Poderia ter preparado com mais tempo e cuidado a ruptura. Se não o fez, ou é inábil (algo impensável) ou não tinha tido condições de dar o bote até então. E se a segunda hipótese é mais plausível, fica evidente que ele não foi o grande artífice da ruptura. Foi Marcio Lacerda. Que joga seu futuro político às brasas.
Do outro lado, Lula sai totalmente chamuscado desta sua reentrada. Aqui, levou esta invertida e corre atrás do prejuízo. Mas em Recife, a situação é tão ruim ou pior. A saída de Maurício Rands do PT, entregando seu mandato de deputado federal é tão violenta quanto a recusa de Erundina de ser vice de Haddad. Lula plantou. E está colhendo o que Aécio poderá degustar mais adiante, se continuar jogando tão pesado quanto o cacique petista.

Nenhum comentário: