quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Belo Horizonte é a 7ª capital brasileira com maior taxa de homicídios entre os jovens até 24 anos

Relatório foi elaborado pelo Fórum das Juventudes da Grande BH 

"A cidade parece não se dar conta da tragédia cotidiana que são os diversos tipos de violência contra as juventudes" - a primeira frase do levantamento elaborado pelo Fórum das Juventudes da Grande BH já explicita o objetivo do documento. A "Agenda de Enfrentamento à Violência contra as Juventudes", publicação lançada no dia 7 de novembro, quer suscitar o debate sobre as violências contra os jovens e reivindicar políticas públicas para esta parcela da população. Para isso, aponta prioridades, ações e políticas em cada um dos problemas levantados.
De acordo com o documento, Belo Horizonte é a 7ª capital brasileira com maior taxa de homicídios entre jovens de 15 a 24 anos. Os dados apresentados no relatório do Fórum das Juventudes são do "Mapa da Violência 2011: os jovens do Brasil". O documento ainda destaca que, somente em 2008, foram assassinados na capital mineira 477 jovens, uma média de quatro mortes a cada três dias.
Especificamente entre os adolescentes, que correspondem a faixa etária de 12 a 17 anos, o índice é tão alto que Belo Horizonte ocupa o 6º lugar no ranking entre as capitais com maior Índice de Homicídio na Adolescência (IHA). Isso significa que 1245 adolescentes poderão ser assassinados antes de completarem 19 anos. Além disso, três municípios da Grande BH estão entre os 20 que mais registram homicídios na adolescência: Contagem (13º), Betim (19º) e Ribeirão das Neves (20º).
A "Agenda de Enfrentamento", entretanto, não considera a violência apenas como agressão física ou homicídio. A cientista social e representante da Associação Imagem Comunitária no Fórum das Juventudes, Áurea Carolina Freitas, explica que essas são as formas mais drásticas, mas que a violência se expressa de variadas formas nas relações entre as pessoas. "Para chegar a uma situação de agressão física, tem outras coisas que já aconteceram. Por exemplo, o racismo que diminui o jovem negro e diz a ele as profissões que deve ocupar, os seus projetos, os seus sonhos. Isso tudo vai condicionando uma existência que, no limite, até considera natural morrer com vinte e poucos anos numa guerra do tráfico", destaca. No levantamento, a violência é analisada de forma ampla, como não garantia de direitos. Além da mortalidade, foram trabalhados temas como homofobia, violência contra mulheres jovens  e os desafios para a promoção da saúde. 

Fórum das Juventudes 
Criado em 2004, o Fórum se constitui pela articulação de entidades e movimentos que desenvolvem trabalhos com jovens ou são formados por eles na Grande BH. 
O levantamento foi produzido a partir da decisão de direcionar a incidência politica do movimento para um tema. A violência foi escolhida por que, segundo Áurea Freitas, perpassa toda a existência da juventude e é um problema de violação de direitos em todos os setores. O diagnóstico foi elaborado a partir de pesquisa intensiva de dados existentes sobre o assunto e da experiência das entidades que fazem parte do Fórum. 

Acesse aqui ou no final deste post a nossa Agenda de Enfrentamento à Violência. 

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