sábado, 6 de abril de 2013

Tarso Genro convida Eduardo Campos a permanecer no bloco lulista

Governador do Rio Grande do Sul, Tarso GenronTarso Genro, que sempre foi um formulador mais sofisticado entre os dirigentes petistas, decidiu sair à campo. Sustenta que Eduardo Campos seria a bola da vez do lulismo (não cita o termo, obviamente) a partir de 2015. Seu discurso é nitidamente voltado para o debate interno (a disputa no final do ano pelas direções - municipais, estaduais e nacional - do PT), mas também sustenta uma lógica política que ajudou a elaborar principalmente na primeira gestão Lula. Seu argumento principal: não há espaço para uma terceira via (entre PT e PSDB). O que, na prática, convida Campos a permanecer no campo lulista, maior que o PT. Tarso Genro sugere, portanto, a consolidação de um bloco dirigente no país, que perpassa vários partidos e que tem na agenda lulista seu eixo programático.
Reproduzo a entrevista que o governador do Rio Grande do Sul deu à Folha. Lembremos que Genro é um dos expoentes da corrente Mensagem ao Partido, que faz críticas às proposições da corrente majoritária do PT (Construindo um Novo Brasil, CNB), se aproximando de algumas teses defendidas recentemente por Campos.


Candidatura do PSB seria um 'erro tático', diz Tarso Genro


FELIPE BÄCHTOLD

DE PORTO ALEGRE

Ex-ministro de Lula e governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro diz que a candidatura do PSB ao Planalto no próximo ano seria um "equívoco tático".
Tarso defende um plano da base aliada que tenha Eduardo Campos (PE) em "primeiro plano" a partir de 2015.

"É difícil constituir hoje uma terceira via entre o que representaram Fernando Henrique, [Geraldo] Alckmin e [José] Serra e o que representam Lula e Dilma. O PSB está desatento a isso."Em entrevista à Folha, Tarso afirmou que o governador de Pernambuco estaria fora do jogo de 2014 porque o país atualmente está dividido entre dois blocos: PT e PSDB.
Tarso define Campos como "estimado amigo" e afirma que "todo partido sério tem direito e dever de aspirar ser governo", mas avalia que uma candidatura do PSB ao Planalto em 2014 iria apenas retirar votos dos tucanos.
O petista sugere um plano de médio prazo ao PSB a partir de 2015: uma conversa entre partidos da base aliada sobre programa de governo e o projeto para a eleição presidencial de 2018.
"[Seria] Um novo padrão de relacionamento que colocaria Eduardo Campos em um primeiro plano", declara Tarso.
MÍDIA
Tarso articula dentro do PT uma candidatura para enfrentar na eleição de novembro a ala do atual presidente da sigla, Rui Falcão.
Presidente petista durante o auge da crise do mensalão, em 2005, Tarso desde então adota um discurso de renovação para a legenda.
Ele diz que o objetivo é "redefinir" o partido para o período posterior a um eventual segundo mandato de Dilma. Ele diz que seu grupo defende, entre outros pontos, debates sobre a "democratização" da mídia.

Nenhum comentário: