sexta-feira, 31 de maio de 2013

Desenvolvimento e Negócios Agropecuários

Alguns analistas avaliam que o crescimento acelerado do agronegócio deve diminuir no próximo período em função da diluição, com o tempo, do impacto da baixa produção de grãos no sul do país, no ano passado. Em 2013, a colheita da soja subiu 23%. A safra do principal produto do agronegócio acabou. Ok, é lógico. Mas é interessante perceber como a cadeia produtiva vai se articulando com outras. Veja a matéria publicada na Folha de hoje:

Venda de aviões cresce 10% ao ano com agronegócio

JOÃO ALBERTO PEDRINI

DE RIBEIRÃO PRETO

A força do agronegócio não está garantindo apenas bons números para a economia do país -seu avanço de 9,7% sobre o trimestre anterior foi o destaque positivo no "pibinho" de 0,6% do primeiro trimestre. Um dos setores que está surfando nessa onda é o da venda de aviões executivos.

Segundo a Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), a venda de jatos, turboélices e helicópteros cresce em torno de 10% ao ano, puxada, principalmente, por clientes ligados à agricultura.
O país se tornou neste ano o primeiro produtor e exportador mundial de soja e o maior exportador de milho e colhe safra recorde de grãos -185 milhões de toneladas.
Segundo a Abag, a grande dimensão do país, a baixa disponibilidade de rotas da aviação comercial e a necessidade de uma logística cada vez mais rápida contribuem para alavancar as vendas.
Editoria de Arte/Folhapress
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que 122 cidades brasileiras são atendidas por voos regulares. Já a aviação executiva consegue chegar, de acordo com a Abag, a 3.500 cidades.
Essa facilidade de locomoção tem atraído produtores rurais e executivos ligados ao agronegócio, segundo empresas do setor. "O empresário faz a conta e acaba adquirindo o avião", diz o presidente da Abag, Eduardo Marson.
Segundo a associação, o número de aviões executivos subiu 11,4% em um ano. O último levantamento mostra que a frota da categoria passou de 2.898 aeronaves em 2010 para 3.230 em 2011 -dados de 2012 sairão em agosto, no anuário da associação.
EMPRESAS DE OLHO
As empresas que vendem aviões, nacionais e importados, voltam suas atenções para o agronegócio. É o caso da Lider Aviação, que já tem 70% das suas vendas voltadas para essa clientela -em 2011, eram 60%.
O diretor de vendas Philipe Figueiredo disse que a participação do agronegócio na compra de aeronaves tem crescido 15% ao ano. "Vendemos para frigoríficos, usinas [açúcar e álcool], produtores de soja, milho, algodão, criadores de gado."
Leonardo Fiuza, diretor comercial da aviação executiva da TAM, que revende Cessna (aviões) e Bell (helicópteros), disse que o agronegócio é o principal cliente na categoria de aviões turboélices.
Já a Helibras, que vende helicópteros, registrou aumento de 76% no faturamento do ano passado em relação a 2011, passando de R$ 288 milhões para R$ 508 milhões. Do total, 15% das vendas são para o agronegócio. A Algar Aviation informou que, dos 13 aviões comercializados desde 2007, 60% são usados como ferramenta de trabalho para atividades agrícolas.
Na Embraer, as vendas de jatos aumentaram 15% no ano passado em relação a 2011. Cerca de 70% é exportado. Do que é vendido no Brasil, 15% vai para o agronegócio -número expressivo, já que jatos são mais caros e cobrem até distâncias entre países.

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