sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dia Internacional de Combate à Homofobia

Há valores que se arrastam durante anos, mesmo que esvaziados de sentido público. A inércia conservadora se revela como um último suspiro. Este é o caso da rejeição às relações homossexuais, ou homoafetivas, como as lideranças das organizações que lutam por este direito civil costumam nomear.
Quase 80 países do mundo continuam criminalizando a relação homossexual, a maioria de países asiáticos, africanos ou da América Central.
Qual a motivação para esta resistência a um direito civil?
Sinceramente, não acredito que seja a fundamentação religiosa e muito menos a defesa da família, mesmo porque, homossexuais formam famílias (incluindo filhos) e possuem religião. Tendo a imaginar que é a velha "prisão da sexualidade". Há algo que gera pânico em relação a este tema. Talvez, Wilhelm Reich tenha sido o estudioso que chegou mais próximo de uma explicação plausível sobre este pânico. A sexualidade tem forte relação com o poder ou o status quo. Emite mensagens subliminares sobre liberdade e/ou autocontrole. Conservadores sugerem que a maturidade ou razoabilidade social estaria vinculada ao superego sempre alerta.
Eu realmente não consigo compreender como um heterossexual possa se preocupar tanto com esta "ameaça". Não há nenhuma ameaça, evidentemente, decretada pelas relações homossexuais.
Portanto, estamos num terreno pantanoso, algo atrelado à alguma fantasia entranhada no inconsciente de quem se sente ameaçado pela ampliação dos direitos civis. Uma noção de desordem e caos vinculada à sexualidade que seria muito superior (e muito menos racional) que qualquer religiosidade. Mesmo porque, a maioria das religiões opera com imagens muito sensuais - mesmo em situações de sofrimento - de seus líderes.
Não compreendo, sinceramente. Vejo, apenas, uma relação direta entre esta preocupação irracional com o flagelo ao corpo que algumas seitas impõem como forma de desgarrar a alma dos desejos libidinosos da natureza.

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