sábado, 4 de maio de 2013

Para onde vai a verba de publicidade do governo federal?

Do blog de Fernando Rodrigues:


O governo da presidente Dilma Rousseff divulgou dados inéditos sobre a participação das principais TVs abertas no bolo publicitário estatal federal. A Globo continua a liderar com folga, mas perdeu espaço depois da chegada do PT ao poder. Em 2003, primeiro ano de Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, a Globo recebeu 61% de tudo o que o governo gastou com propaganda em emissoras de TV. No ano passado, 2012, o percentual recuou para 44%.
Esta é a primeira vez que o governo revela valores que cada TV recebe pela divulgação das propagandas estatais. Mas não se sabe ainda oficialmente quanto recebem os mais de 5.000 veículos cadastrados para veicular publicidade federal oficial. A decisão do governo se tornou pública na semana passada, quando o secretário-executivo da Secom (Comunicação Social da Presidência), Roberto Bocorny Messias, publicou artigo no site especializado em mídia Observatório da Imprensa (ver “Transparência e a desconcentração na publicidade do governo federal”). A Secom argumenta que o governo faz “mídia técnica” ao escolher os veículos. Por essa razão citou de maneira explícita o caso das TVs.
No ano passado, o governo gastou R$ 1,80 bilhão em propaganda em todos os tipos de veículos. O recorde é de Lula, em 2009 (R$ 2,04 bilhões).
Esse bolo é dividido em sua grande parte entre as TVs, com 62,6% do total em 2012. Os jornais impressos, que estavam num confortável segundo lugar em 2000 (21,1%), caíram em 2012 para 8,2%.
Revista e rádio ficaram estáveis, na faixa de 7% a 8%.
Internet, que representava quase nada em 2000, hoje tem 5,3% do bolo total.

3 comentários:

MARCOS BICALHO disse...

No blog do Paulo H. Amorim este assunto vem sendo tratado há anos. No meio de interesses pessoais e uma postura aparentemente "meio" tendenciosa ele aponta os motivos para a preferência pelas tevês pelos publicitários e técnicos de comunicação dos governos. A peça publicitária produzida pelas agências não é o único objetivo dos publicitários. Existem tantos interesses - até prêmios em festivais internacionais - que explicariam até a origem dos Mensalões em Minas Gerais. Mas, no meio publicitário, este assunto é tabu.

Rudá Ricci disse...

Marcos,
O que os publicitários pensam a respeito das verbas, sinceramente, pouco interessa. Eles fazem negócios e é esta a natureza de sua existência profissional. O que interessa é a maneira como os governos a distribuem. Não sei se já percebeu que me afastei de todos blogueiros que recebem verbas de governos. Todos. Não que tenham caráter duvidoso, mas não vejo como é possível alguém manter o espírito crítico recebendo verbas de quem tem interesse na versão. Você acredita que, sabendo de um desvio de recursos públicos, um blogueiro que sustenta sua equipe com verbas deste governo terá coragem de não se calar?
O pensamento pragmático sempre dirá: "mas como vamos enfrentar os grandes conglomerados da área de comunicação?". A partir daí, a roda gira. E roda, lembremos, é circular.

MARCOS BICALHO disse...

Ói, oi, oi!!! Concordo com a conclusão e "disconcordo" do início. Eu sei que existem publicitários competentes e honestos. EM TESE: Verba de comunicação pública é verba de publicidade. Liberar o publicitário "negociante" para pensar o que fazer com a verba publicitária do Estado é praticamente liberar o corruptor para negociar comissões, BVs, superfaturamento, etc.. Quando a coisa pega, não aparece um responsável para ser responsabilizado pelos desvios.