segunda-feira, 1 de julho de 2013

O que vem depois das manifestações?

Quais são os sinais no horizonte após o turbilhão das últimas três semanas?
Vou listar possibilidades para estimular o debate com vocês, ok?
1) Menos rua, mais ocupação.
A tendência, com o fim da Copa das Confederações e cansaço natural de quem andou quilômetros nos últimos dias, é que as ações de massa se concentrem em ocupações de espaços públicos e algumas intervenções. O sentimento difuso de indignação e raiva contida, contudo, deve permanecer;
2) Oscilação no campo institucional
Com a água fria na fervura, o campo institucional respirará. Não tenho dúvidas que as análises institucionalistas correrão para afirmar que tudo voltou ao normal. Não voltará. O Congresso e os governantes foram desmoralizados. Todos foram colocados no mesmo saco. Isto ficou cravado na memória de todos brasileiros, principalmente os que saíram às ruas. Sentiram o "gosto de sangue". Minha avó dizia que meu bisavô tinha uma jaguatirica no quintal de sua casa (acho que não existe multa retroativa do Ibama, não?) e que impedia que oferecessem, carne para o felino. Caso contrário, a jaguatirica sentiria o gosto de carne fresca e cairia matando. Estes jovens que estavam nas ruas (e os que ocupam casas parlamentares), sentiram o quanto um eleito se sente desprotegido quando o terreno da política não é aclimatado.
3) Agora já existe dia para sair às ruas
Temos uma efeméride política a partir de agora: eventos esportivos mundiais. Quem diria? Copa do Mundo e Olimpíadas devem entrar no calendário de manifestações de rua.
4) O ocaso dos partidos
Finalmente, fico me perguntando: até quando os partidos resistirão às denúncias de que não representam nem parcela ínfima do cotidiano dos brasileiros? Terão energia e coragem para mudar? Como reorganizarão seus acordos internos e outros tantos acordos poderosos que lhe dão vida? Oscilarão, a partir de agora, entre a covardia e a empáfia?

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