sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Falecimento de Gushiken

Hoje seria um dia para estar feliz. Estive assessorando, ao lado de Chico Whitaker e Áureo Gaspar, o encontro das redes sociais do Distrito Federal. Mais de 300 pessoas engajadas criando algo de inovador na gestão pública do país. O debate foi fantástico e me senti útil.
Infelizmente, fui sendo abatido pela roda da Fortuna. A Fortuna era uma cultuada deusa romana que girava para cima ou para baixo, seduzida ou não por quem tentava cativá-la. Maquiavel trocou o conceito de virtú (originalmente virilidade) do conquistador de Fortuna, pela noção de habilidade.
Hoje a virtude não me sorriu.
Primeiro, meu pai foi internado e passei um dos momentos mais angustiantes de minha vida, procurando superar a sensação de estar trabalhando num momento em que deveria estar em outro lugar. Os neurologistas da minha cidade natal sumiram, como deve estar em algum manual de medicina tupiniquim, que define o que se deve fazer numa sexta-feira. Fomos salvos por um solidário ortopedista. Mesmo assim, aguardamos longas oito horas para que ele fosse internado e começasse a receber soro e medicações. isto porque somos uma família que possui plano de saúde e outras possibilidades acima da média dos brasileiros. E tem gente que acha que a vinda dos cubanos é pura ideologia. Não. É compromisso.
Agora, fico sabendo da morte de Luiz Gushiken. Ele se despediu, se não me engano ontem mesmo, dos amigos. Gushiken não chegou a ser um amigo. Tive mais proximidade com o tio dele, muito bem humorado, residente na cidade em que nasci. Gushiken nos ajudou a fazer um jornal do PT de Tupã. Foi bancário, da Libelu, e me lembro de uns atritos dele com o pessoal do Banco do Brasil (ele era do Banespa, se a lembrança não está me traindo). Era espartano e fomos nos distanciando na medida em que os bancários foram se revelando para lá de pragmáticos num PT que originalmente se pautava pela utopia da co-gestão ou autonomia dos movimentos sociais.
A Fortuna, cultuada no PT, sorriu para gente como Gushiken. Nós, que acreditávamos na gestão participativa e na necessária porosidade da estrutura estatal, fomos sendo convidados para as portas dos fundos.
Hoje, vitoriosos e vencidos convergiram. Fortuna é uma deusa cruel e caprichosa.

Um comentário:

Rosângela Medeiros disse...

CRUEL E CAPRICHOSOS são TODOS que nos TRAÍRAM ao longo desta trajetória IMORAL e corruPTa de um ParTido que nasceu na expectativa de elevar o BRASIL a condição de uma GRANDE NAÇÃO.Projetos dantes apenas paliativos da miséria(BOLSA VALE TUDO)tornou-se tão somente COMPRA DE VOTOS, para o a PERPETUAÇÃO DO ParTido e seus ALIADOS.IMORAIS!
Rosângela Medeiros