segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Freixo e a profilaxia eleitoreira que faz de uma morte uma bandeira

Recebo a mensagem abaixo, emitida pelo deputado Marcelo Freixo, do PSOL/RJ.
Já vivi muitos embates políticos e sei que o que se vê nem sempre é algo além de miragem. E sei o quanto uma tragédia cai como sopa no mel para quem tem poucos escrúpulos.
A bola da vez é o PSOL. Eram os Black Blocs, mas ficou meio difícil atacar pé de chinelo. Quanto mais próximo das eleições, melhor intimidar e isolar. Intimidar jovens e adolescentes. Intimidar pais cuidadosos e zelosos. Intimidar quem pensava em sair para protestar sem saber ainda claramente por qual das várias pautas disponíveis nas ruas.
E isolar. Isolar é um verbo de maior respeito na tática política. Intimidar é fácil. Basta um tom mais dramático no timbre de voz. Os não tão engajados se assustam de cara.
Mas isolar... Isolar é coisa para craques. Coisa de cachorro grande.
O script é conhecido. Feito o mártir, esqueçam as condolências. Uma rápida consulta à viúva e nunca mais se verá a cara da quem mereceria todo nosso apoio humanitário. Os dois meninos pegos com a mão na cumbuca servem como apoio para o salto maior. Olhando no mapa do jogo War, onde está o continente mais saboroso? O dedo aponta para o alvo. Esqueçam o morto, a viúva e os culpados. Chegou a hora do cerco. Quase sempre dá certo na primeira hora. O cheiro de sangue ainda paira no ar por um ou dois dias. Mas no terceiro, já não convence tanto. Os "táticos" desta guerrilha da baixa política não são lá estrategistas. E nunca serão. Não sabem que a cautela e o olhar atento são predicados de um bom jogador de xadrez. Mas os "táticos" estão mais para pit bull. Xadrez leva tempo. E tempo é dinheiro.
Não dá para maltratar desta maneira nossa jovem democracia.
Muito menos os cidadãos de bem, chocados com uma morte besta e sem sentido algum (nenhuma morte tem sentido, mas esta está no topo).
Ao menos respeito pela viúva. E pelo jornalista que estava trabalhando para que pudéssemos nos informar. Ao menos não vê tamanha deformação que estão fazendo com seu trabalho.

Abaixo, a resposta de Marcelo Freixo, o parlamentar que denunciou as milícias do Rio de Janeiro e que aparece, com destaque, na narração do filme Tropa de Choque 2:


"Advogado que me acusa defendeu chefe da milícia
Vejam que coincidência! O advogado Jonas Tadeu Nunes (OAB/RJ 49.987), que me acusou de ter ligações com o homem que detonou o rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade, defendeu o miliciano e ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, que chefiou a maior milícia do Rio de Janeiro.
Eis a peça que faltava no quebra cabeça destas acusações absurdas. Natalino foi preso em 2008 graças às investigações da CPI das Milícias, presidida por mim na Assembleia Legislativa. À época, mais de 200 pessoas, entre elas várias autoridades, foram indiciadas. Natalino e seu irmão, Jerominho, que dividiam o poder, cumprem pena em presídios federais. Seis anos depois, Jonas apresenta contra mim uma história cheia de contradições e fragilidades. O mais assustador é a imprensa repercutir uma informação tão grave e duvidosa sem checar minimamente o histórico da fonte."

Um comentário:

Dimitri disse...

Sem tirar nem por. Mas me pergunto se ao final, qnd Freixo diz ser "assustador" a imprensa repercutir sem minima investigacao ele esta: realmente surpreso ou eh simples retorica? Para uma pessoa comum como eu, fica a duvida, se o Freixo realmente acredita na imprensa "oficial". Tudo previsivel, reacoes contra e a favor. E se perde a essencia de tudo para variar. Veem por ai tempos sombrios com leis anti-terror apoiadas por esquerdistas estrategistas... e eu com meu "voto".